A minha geração dançou nesta plataforma, outrora uma discoteca ímpar, situada numa zona privilegiada da paisagem protegida da serra da Arrábida, projetada sobre águas límpidas.
A minha geração vinha de Lisboa, deixando para trás a 24 de Julho, o Bairro Alto, Cascais, a Costa da Caparica, a Kapital, o Kremlin, o Coconuts, o Pavilhão Chinês, o Bananas, o Alcântara-Mar, o Bora-Bora, o Tradicional Bar, o Waikiki.
A minha geração enfiava-se num carro e fazia 40 km para ir namorar para uma varanda onde ouvia rocalhadas noite fora, entre beijos com sabor a vodka ou a licor de café, com peixes frenéticos e luas brilhantes e brisas frescas e promessas sérias de ali regressar sempre.
Ontem, cumpri essas promessas.
Regressei.
Não com um dos amores da altura mas com o meu marido.
Conhecemo-nos 2 anos depois da Seagull ter sido consumida por um incêndio fatal.
Mas ontem, na plataforma que ainda existe, voltei a trocar beijos, a dançar, a sentir a brisa fresca... e a ter 18 anos :)
1 comentário:
Bem... Este texto poderia ter sido escrito por mim, sem tirar nem pôr...
Que belos momentos passei no Seagull com os meus amigos da Faculdade, da altura... E era isso mesmo, fazíamos quilómetros e quilómetros deixando tudo para trás em Lisboa.
O Seagull era mágico e posso dizer que fui muito feliz no Seagull. Não sei se te lembras que na altura até filmaram lá um anúncio...?
Infelizmente ardeu e assim parece que arderam também aqueles tempos...
Beijinhos :))
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