As cortinas eram simples. Brancas, leves, de algodão. Compradas no IKEA por cerca de 13 euros. Demasiado compridas para o varão já existente sobre a janela voltada a sul, vieram, de urgência, do Alentejo, para serem sujeitas a uma intervenção cirúrgica.
Na mesa de operações, com operadora e maquinaria prontas a entrar em ação, foi altura de efetuar o transplante de uma fita grega azul escuro, estrategicamente colocada a cerca de 10 cm da base. No final, as bainhas levaram os pontos e deu-se por encerrada a intervenção.
A família - mãe e pai - foram imediatamente informados do bom estado de saúde das cortinas e de que o "irmão" tinha tido, uma vez mais, um papel fundamental no sucesso da operação! Passado o período de convalescença, seguirão novamente para o sossego do Alentejo.
E, agora, estou desejosa de as ver penduradas, a ondularem ao sabor da brisa fresca da manhã, deixando-se atravessar pela luminosidade que invade a casa nos dias quentes de verão mas devolvendo toda a privacidade necessária a quem, do lado de dentro, se espreguiça dando os bons dias ao mundo.
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